Instituto Internacional lança escola com o nome de kátia Tapety no Rio de Janeiro


Na última terça-feira,10, o Instituto Internacional de Raça, Igualdade e Direitos Humanos (Raça e Igualdade) promoveu o lançamento da Escola de Formação Política Kátia Tapety. A inauguração da entidade aconteceu por volta das 17h no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e contou com a presença da ilustre ex-vereadora e ex-vice prefeita da cidade de Colônia do Piauí, Kátia Tapety.

A escola que homenageia a piauiense é resultado de um projeto apoiado pela Open Society Foundations e da parceria com a Fundação Friedrich Ebert no Brasil. A organização servira como espaço de formação Política que visa preparar mulheres (negras, LBTI, indígenas e quilombolas) para participar de forma segura e democrática do processo eleitoral em 2022. Para enfrentar a violência política e eleitoral de gênero, as organizações Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), Articulação Brasileira de Lésbicas (Red ABL) e Rede Nacional de Negras ee Negros LGBT, serão responsáveis ​​pela indicação de pré-candidatos de suas redes para participar da Escola de Formação Política.

A Escola de Formação Política Kátia Tapety nasceu da urgência de promover a participação ativa das mulheres na política de forma segura e democrática para que tenham autonomia total para se defender da violência e garantir seus direitos”, explica Carlos Quesada, Diretor Executivo de Raça e Igualdade.

Nesse sentido, a Escola de Formação Política Kátia Tapety surge como instrumento de fortalecimento e proteção democrática para alcançar plena legitimidade e poder decisório em suas agendas políticas.

Emocionada, Kátia Tapety, agradeceu a consagração. "Eu quero agradecer a todos vocês aqui no Rio de Janeiro que estão me homenageando. Meu agradecimento de coração a todos.

Sobre Kátia Tapety

Kátia Tapety foi a primeira vereadora trans eleita no Brasil, em 1992, na cidade de Colônia de Piauí. Vários dados indicam que, de fato, Kátia Tapety foi a primeira mulher trans eleita para um cargo legislativo na América Latina, em um momento em que ainda se recusava a falar em garantia de direitos civis, políticos e sociais para pessoas trans. Nascido e criado no interior do país, Tapety viu e sentiu os efeitos da ditadura militar, acompanhado pelo processo de redemocratização do país e, apenas quatro anos após a promulgação da constituição cidadã de 1988, foi eleito vereador com o maior número de votos no município de Colônia do Piauí, na zona rural do Piauí. Na sua carreira política foi eleita vereadora em 1992, 1996 e 2000; Prefeita de Colônia do Piauí no biênio 2001-2002; e finalmente foi eleita vice-prefeita em 2004.

Hoje, aos 74 anos, e com uma trajetória de vida incrível no país que mais mata pessoas trans no mundo, Tapety enfrentou o racismo e a transfobia, deixando um legado de direitos e um caminho de abertura para alcançar conquistas para negros, travestis e mulheres trans em todo o Brasil. Portanto, para Raça e Igualdade, homenageá-la representa um processo de resgate não apenas da memória, mas principalmente dos laços democráticos. Kátia Tapety nos lembra da esperança pós-ditadura que floresceu no Brasil nos anos 1990 e de um dos marcos da constituição brasileira – promover o desenvolvimento e a igualdade social sem discriminação de qualquer espécie – e que hoje, mais do que nunca, é urgente.

Matéria da Redação
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