Introdução: Possessão demoníaca é como é chamado a situação que indica o estado de uma pessoa que está sob a ação direta de demônios, e tem sua mente e seu corpo controlados por esses espíritos malignos. A Bíblia fala sobre possessão demoníaca, mas também fala sobre a autoridade do nome de Jesus para colocar fim nesse tipo de situação terrível.
Alguns
estudiosos contestam o uso da expressão “possessão demoníaca”. Para eles, essa
expressão talvez não seja a mais indicada para traduzir o termo original
bíblico que fala sobre essa condição.
Wayne
Grudem, por exemplo, prefere não usar a expressão “possessão demoníaca”. Ele
diz que essa expressão pode sugerir a ideia de que um demônio “tem uma pessoa”;
enquanto o texto bíblico do Novo Testamento fala de pessoas que “têm demônios”
ou que sofrem por causa de forte influência demoníaca sobre suas vidas. Seja
como for, é inegável que a Bíblia diz que espíritos malignos podem entrar na
personalidade humana e, em diferentes graus, controlar a mente, as emoções e o
corpo de uma pessoa.
·
Possessão demoníaca no Antigo Testamento
Desde a
Queda do Homem Satanás e seus demônios têm agido de forma a influenciar a
humanidade a desobedecer cada vez mais a Deus. Alguns desses relatos mostram
mais explicitamente a atuação dos demônios, enquanto outros comunicam de forma
implícita essa atuação.
No Antigo
Testamento praticamente não fala especificamente sobre possessão demoníaca.
Alguns intérpretes bíblicos sugerem que os profetas e sacerdotes pagãos da
Antiguidade eram pessoas que buscavam a possessão demoníaca. Nesse sentido,
esses intérpretes indicam, inclusive, o caso dos profetas de Baal em Israel (1
Reis 18). A conexão entre o paganismo e a ação dos demônios é sugerida no
ensino bíblico que diz que por traz dos falsos deuses está a atuação demoníaca (Deuteronômio
32:17; 1 Coríntios 10:20).
O caso do
rei Saul no Antigo Testamento também é debatido entre os estudiosos. A Bíblia
diz que com a permissão de Deus, Saul era atormentado por um espírito maligno (1
Samuel 16:14; 19:9). Alguns entendem que se tratava de possessão maligna.
Mas a questão é que o texto hebraico simplesmente indica que algo perturbava ou
afligia o rei. De fato não há qualquer evidência textual de que Saul foi
possuído por um demônio.
·
Possessão demoníaca no Novo Testamento
Novo
Testamento que encontramos o registro de vários casos de possessão demoníaca. Na
verdade, é correto dizer que foi durante o ministério de Jesus que as
manifestações malignas e os casos de possessão demoníaca atingiram um estágio
singular (cf. Marcos 1:24; 3:11,12; 5:1-15; 9:17-29; etc.).
Não há paralelo
de uma manifestação demoníaca tão intensa como a que ocorreu no tempo de Jesus;
nem no Antigo Testamento, e nem no período posterior ao tempo neotestamentário.
Claro que
essa característica é perfeitamente compreensível. Satanás sabia que seu reino
estava ruindo diante do ataque de Cristo (Mateus 12:29). Então tais
manifestações eram parte de uma resistência desesperada e inútil do reino das
trevas contra o avanço do reino de Deus.
·
As características da possessão demoníaca
Os textos do
Novo Testamento falam de algumas características que podem acompanhar uma
possessão demoníaca. De acordo com os registros bíblicos, a possessão demoníaca
pode ser acompanhada por sintomas físicos, como por exemplo, surdez, mudez e
cegueira (Mateus 12:22; Marcos 9:25). Em decorrência da possessão demoníaca
pode haver também episódios de distúrbios mentais ou manifestações neurológicas
(Marcos 7:25; Lucas 4:33).
Mas à luz de
todo o Novo Testamento, claramente percebemos que Jesus distinguiu entre enfermidades
normais e enfermidades que acompanhavam certas possessões demoníacas. Isso
significa que é preciso fazer uma cuidadosa distinção de um caso a outro. Por
isso não é raro que, infelizmente, uma pessoa doente seja confundida com alguém
que está possessa de demônios.
Mas por
outro lado a Bíblia também indica que uma pessoa pode estar possessa de demônio
e ainda assim continuar agindo de forma completamente normal. O caso de Judas
Iscariotes é um exemplo perfeitamente claro disso. Quando Satanás entrou nele,
Judas simplesmente foi consumar o seu pecado (João 13:27).
·
Existe possessão demoníaca na atualidade?
A Bíblia não
deixa dúvida de que os demônios podem se apoderar de seres humanos e até de
animais (no caso específico da manada de porcos no episódio do endemoninhado
geraseno). Jesus clamante também diz que espíritos imundos podem habitar em
seres humanos (cf. Mateus 11:43-45). Além disso, não há na Bíblia alguma
informação que indique que esse tipo de atuação demoníaca cessou.
Na verdade,
a história cristã prova vários casos de possessão demoníaca. O próprio Jesus
autorizou seus discípulos a expulsarem demônios pelo seu poder. Negar todas as
evidências da continuidade da possibilidade de possessões demoníacas é
incoerência. Marcos 16:17-18
·
A autoridade do nome de Jesus
Diante dos
quadros de possessão demoníaca, a Bíblia apresenta a autoridade do nome de
Jesus para resolver tal situação. O próprio Senhor Jesus autorizou, através de
Sua autoridade, seus discípulos a expulsarem demônios (Mateus 10:1; Lucas
10:1-19; cf. Marcos 16:17).
A Bíblia diz
que foi na cruz os principados e potestades foram despojados, humilhados
publicamente e derrotados. Isso significa que a base para a autoridade do
crente diante de possessões demoníacas é a obra da cruz (Colossenses 2:15).
Portanto, nenhum crente deve se gloriar por expulsar demônios (Lucas 10:20).
O livro de
Atos dos Apóstolos revela claramente que os apóstolos expulsavam demônios pela
autoridade do nome de Jesus Cristo (Atos 16:18).
Conclusão:
Por isso a
Bíblia mostra que a atividade de expulsar demônios também é um exercício de fé.
O crente deve confiar plenamente em Cristo que lhe capacita para tal tarefa.
Além disso,
a oração contínua, em conexão com a fé, tem papel importante diante de
possessões demoníacas. O Novo Testamento registra uma ocasião em que os
discípulos não puderam resolver um caso de possessão demoníaca porque falharam
nesses dois aspectos (Mateus 17:14-21).
Nessa mesma
passagem Jesus indica que há demônios mais poderosos que outros; e que diante
de casos assim, seus seguidores não podem deixar sua fé esmorecer e sua oração
perder o fervor. O crente deve estar totalmente consciente de que há autoridade
no nome de Jesus.
Por Geciano Vieira
Nenhum comentário:
Postar um comentário